Especialidades médicas com Inteligência artificial: Impacto, novas habilidades e especialidades

Albert Bacelar
12 min readApr 19, 2020

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From: legacymedsearch.com
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O Conselho Federal de Medicina (CFM) criou a área de atuação medicina aeroespacial e ampliou para cinco anos o tempo necessário para a formação do cirurgião cardiovascular em 2018. Essas foram algumas das mudanças na formação de especialistas previstas na Resolução CFM nº 2.221/18, que atualiza a relação de especialidades e áreas de atuação médica. Uma comissão formada por representantes do CFM, da Associação Médica Brasileira (AMB) e do Ministério da Educação, representado pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), tem a competência para, periodicamente, atualizar a lista de especialidades médicas e de áreas de atuação, além de estabelecer as regras para a formação de especialistas. Essa atualização pode ocorrer, já que novas especialidades e áreas de atuação podem surgir, assim como algumas podem desaparecer ou se transformar.

Com a revolução digital acontecendo, há quem acredite que, dentro de pouco tempo, máquinas estarão aptas a desempenhar atividades que atualmente são realizadas por especialistas, de forma tão ou mais precisa que esses profissionais. É uma realidade possível, sem dúvidas, até porque já há sinais desse avanço. Mais possível ainda que a saúde constituirá de profissionais com especialidades mais terapêuticas que diagnosticadoras. Não acreditamos que alguma especialidade vá “desaparecer”, como os mais pessimistas pensam, mas sucederá uma transformação na rotina e na forma de interação com os pacientes e hospitais nessas especialidades.

Muitos autores dissertam sobre o atual impacto da inteligência artificial (IA) nas especialidades médicas. Baseado principalmente em Dr. Bertalan Meskó, ressaltamos alguns pontos relacionados às especialidades médicas (diria ainda de enfermagem e fisioterapia) necessários para entender o panorama atual:

Medicina Generalista: a tecnologia pode permitir que os médicos dediquem mais tempo ao paciente. Isso pode acontecer porque sensores vestíveis (wearables) serão capazes de transmitir ao smatphone dos médicos (e em breve, num dispositivo que o substitua) dados vitais do paciente, avisando-o (inclusive remotamente) quando algo não está correto. Isso pode permitir que o médico generalista seja um cuidador do paciente (e não mais somente da doença) e tenha mais disponibilidade para aconselhá-lo.

Obstetrícia: pode avançar muito com o uso de sensores que podem monitorar os sinais vitais da mãe e do bebê, garantindo que os cuidados necessários serão providenciados rapidamente em casos de emergências.

Radiologia: os mais pessimistas acabam por transformá-la no fim dos tempos. Novos computadores cognitivos poderão escanear milhares de imagens radiológicas em segundos, cada vez mais assertivos. Isso não (não!) irá substituir o trabalho humano, e sim fazer com que os radiologistas supervisionem os algoritmos e ganhem tempo para investir em pesquisa e inovação, além de novas inserções clínicas da radiologia e na avaliação do funcionamento da interface homem-máquina (Homo hybridus).

Oftalmologia: revelando grande potencial de crescimento com o surgimento de novos implantes retinianos, lentes de contato digitais, novas formas de enxergar para os amauróticos (cegos). Novas formas de comunicação com o movimento ocular estão acontecendo, personalizando para cada paciente a melhor forma.

Medicina Esportiva e Reabilitação: os aplicativos focavam inicialmente em pessoas que se exercitam, agora com os aplicativos desenvolvidos especialmente para medir a performance de atletas, além de vigiar atividades dos pacientes em casa, prescritos pelos médicos, estabelecendo metas personalizadas e adaptando-as para cada paciente. O interesse por melhorar cada movimento, assim como por otimizar o tempo de recuperação em casos de lesões, vem fazendo com que o mercado da medicina esportiva cresça exponencialmente. Hoje, muitos pacientes estão à procura de profissionais qualificados para ajudá-los a alcançar os melhores resultados.

Oncologia: irá ditar os caminhos da medicina personalizada. Sequenciamento genético e o estudo sobre biomarcadores estão contribuindo para o processo. Os tumores poderão ser diagnosticados precocemente e sem a necessidade de um procedimento cirúrgico. Ainda, saber a dose do quimioterápico para cada paciente, diminuindo os efeitos colaterais, virará rotina. Além do mais, com o aperfeiçoamento de técnicas que utilizam nanopartículas para direcionar os medicamentos somente ao tumor, inclusive trabalho ocorrendo no Nordeste brasileiro.

Medicina Nuclear: por meio da administração de radiofármacos, a Medicina Nuclear apoia disciplinas como a cardiologia, neurologia e oncologia, permitindo a visualização de anormalidades e alívio de sintomas do câncer, por exemplo. Como dito, a nanotecnologia expandiu as possibilidades dessa área, direcionando os radiofármacos diretamente às células doentes.

Dermatologia: os pacientes já conseguem enviar imagens da pele para os médicos através de smartphones. Assim, os pacientes não precisam mais esperar por atendimento no consultório e o médico consegue resolver casos simples em menos tempo. O algoritmo que detecta câncer de pele, por exemplo, vai contribuir para uma avaliação mais ampla e rápida de grupos populacionais, levando ao diagnóstico e tratamento da doença precoce, indolor e a custos relativamente baixos. Robôs e Medicina Genômica também auxiliam em tratamentos estéticos, renovando e preservando células para promover uma aparência saudável.

Emergência: em situações de emergência o tempo é crucial. Isso requer respostas rápidas, e as inovações tecnológicas ajudam nesse sentido. Além disso, drones médicos têm capacidade de transportar rapidamente drogas, vacinas e materiais médicos de diagnóstico e terapêuticos.

Gastroenterologia: a nanotecnologia ajudará muito os gastroenterologistas a analisar o estômago e os intestinos. Já é realizado microfilmagem do trato gastrointestinal, e logo será comercializado em massa a Pill-Cam, uma câmera do tamanho de uma pílula que pode ser engolida pelo paciente. Com ela, o médico pode visualizar o intestino delgado, esôfago e cólon.

Doenças infecciosas: com a globalização, doenças infecciosas podem ser transmitidas muito facilmente para diversas partes do mundo, como é o caso das últimas epidemias globais cada vez mais frequentes e do COVID-19, pelo qual estamos passando. A tecnologia vai ajudar a Medicina a estar sempre preparada para enfrentar epidemias. Ainda novos antibióticos surgem a partir de análise de Machine Learning (ML), como é o caso da halicina para infecções por bactérias multirresistentes.

Cirurgia: o futuro das cirurgias é serem guiadas por dados, robores e IA. Tudo isso pode elevar o nível de precisão e eficiência dos cirurgiões a um patamar nunca antes visto. O ML também tem apoiado o desenvolvimento de braços robóticos que substituem cirurgiões durante as operações. Esse tipo de cirurgia já é realidade há alguns anos, inclusive em hospitais brasileiros, inclusive em regiões brasileiras economicamente desfavorecidas.

Psiquiatria: a psiquiatria já se beneficia dos serviços de telemedicina, permitindo o contato entre médico e paciente fora dos estabelecimentos de saúde. Essa interação tende a favorecer tratamentos bem-sucedidos, pois o especialista pode observar seu paciente em um local no qual ele se sente seguro, como na própria residência. Outra aplicação vantajosa envolve o uso de realidade virtual no tratamento de fobias, com terapias digitais já aprovada pela Food and Drugs Administration (FDA) nos EUA. Através de cenários criados especialmente para a abordagem médica, pacientes poderão enfrentar medos, como o de altura, sem arriscar a vida ou a saúde. Além disso, os psiquiatras poderão comparar reações a diferentes cenários em um curto espaço de tempo. Ainda, observar os gatilhos que levam cada paciente aos surtos. Seguindo o mesmo exemplo da halicina, medicamentos criados por IA já existem para o tratamento do transtorno obsessivo compulsivo.

Genética Médica: o estudo dos genes humanos não é um campo tão novo, mas avanços recentes têm propiciado uma rápida evolução no diagnóstico de doenças genéticas. Elas são objeto de estudo da Medicina Genômica, uma das subáreas mais promissoras dentro da Genética Médica. A Genômica identifica características pessoais do paciente, rastreando problemas de saúde e criando tratamentos personalizados e mais eficientes.

Nutrologia: as redes sociais trouxeram impactos na vaidade e na preocupação geral com a saúde e o bem-estar. Porém há excesso de informação na internet sobre as dietas e os nutrientes mais desejáveis, o que pode deixar o paciente confuso e levá-lo a buscar uma opinião médica sobre a nutrição adequada para a melhoria da sua performance em exercícios físicos e para a longevidade.

Geriatria: a busca incessante pela longevidade com qualidade de vida faz com que a geriatria avance a olhos vistos. Com o advento da IA é natural que a expectativa média de vida aumente muito, seja por melhorar a qualidade de vida, seja por ser mais minucioso quanto às doenças crônicas, seja por descoberta de medicações que prolonguem a vida ou na forma de prevenção de doenças incapacitantes. Mais natural ainda é que à medida que a expectativa de vida aumente, surja novas doenças.

Terapia Intensiva: um novo universo de dados fisiológicos, patológicos, laboratoriais saem a cada milissegundo de um paciente na UTI. Entender esses dados para predição de doenças que levariam os pacientes à uma unidade de terapia intensiva ou trata-los de forma mais refinada já é realidade. É uma das especialidades com desenhos de estudo em ML mais completos.

Cardiologia: os wearables já mostram seu impacto nessa especialidade, com pacientes relatando arritmia ainda imperceptíveis pelos seus sintomas. Alguns cardiologistas já possuem em tempo real os dados gerados pelos seus pacientes, bem como uma análise preliminar do que pode estar acontecendo.

Auditor em saúde: com IA e ML a avaliação das máquinas serão mais objetivas, permitindo redução do tempo, maior eficiência e eficácia na avaliação dos custos e processos em saúde, facilitando o trabalho do auditor, que focará mais em auditar os robôs auditores.

Diversos trabalhos ML e Saúde estão acontecendo, não atingindo uma especialidade única, mas impactando em toda saúde. Chegamos a um ponto dessa revolução digital na saúde que ficar à deriva é atestado de obsoletude. Analisando outras profissões e áreas nessa mudança é natural que algumas habilidades sejam requeridas para o médico em breve (não gostamos do nome futuro, pois ainda trás uma ideia de algo longínquo), englobando o funcionamento de novas tecnologias e negócios. Vejamos algumas delas:

Fluência em tecnologias digitais: a saúde, por seu valor (sem preço), é a área que mais sofre o impacto dessa revolução, uma vez que expõe a necessidade do empoderamento do paciente, estendendo a ele como um cooperador do seu tratamento. Para que seja bem aproveitada, é necessário que os profissionais saibam manusear as novas tecnologias da melhor forma, investindo na fluência em tecnologias digitais. Nesse cenário, a urgência por atualização e treinamento deve crescer rapidamente. Muitos influencers digitais na saúde despontam e farão o melhor caminho para construção da saúde 3.0.

Análise de dados: a personalização ao atendimento e cuidados ao paciente evidenciou a necessidade de melhores dados em saúde. E “melhores dados” quer dizer saber analisar os dados sem o viés de atividades rotineiras de cada paciente. Para isso é necessário o médico saber como o dado é formado, uma vez que uma quantidade cada vez maior de dados (Big Data) é gerada e analisada, impossibilitando que um médico consiga analisar tudo em tempo real. O histórico mais completo deve ajudar médicos a conhecer melhor cada indivíduo, escolhendo os procedimentos, medicações e recomendações mais adequados ao seu perfil. Já os bancos de dados poderão revelar tendências, histórico, dar suporte ao rastreamento e monitoramento de doenças e fatores de risco, fundamentando ações preventivas em larga escala.

Noções de programação: assim como o inglês, espanhol e mandarim, noções de uma nova língua (dessa vez universal e não é o esperanto) se faz necessária, a linguagem de programação. Existem diversas maneiras de fazer a mesma coisa em programação e qualquer mudança em uma linha, muda toda uma interpretação de dado. A comunicação com o programador/desenvolvedor deve ser direta e clara e, para isso, será necessário que ambos tenham uma noção da área do outro. O velho hábito da mímica não funcionará tão bem, a menos que se crie um wearable para isso. Um conselho é iniciar por Python e R.

Gestão de pessoas: diante de uma enorme quantidade de opções de produtos e serviços, além das informações (tanto do Big Data, quanto da infoxicação), uma das particularidades mais significativas da revolução digital é a fragmentação, alterando a dinâmica do mercado e conduzindo profissionais a construir sua renda mensal a partir de várias fontes. Na medicina e outras áreas de saúde isso já é bem comum, principalmente no hemisfério sul do planeta. À frente de equipes ou negócios, há a necessidade de os médicos aprenderem a habilidade de gerir pessoas, de modo a se posicionarem como líderes.

Gestão de negócios: administração de empresas foi inserido dentro de qualquer profissão. Na área médica não é diferente. Lidar com processos mais eficientes do aprendizado de máquinas e equipes é como administrar um negócio.

Gestão de soluções: diante do excesso de dados e novas tecnologias, aprendizado de novas línguas (de programação), gerenciamento de pessoas e negócios a rotina do médico se transformará. A conexão entre todas essas particularidades será o “novo complexo” que ficará a cargo da mente humana. Saúde em todo seu conceito como estado completo de bem-estar físico, mental, social e espiritual fará mais sentido. Sinais, sintomas e rotinas diárias que antes eram comuns e não percebidas como problema pelas pessoas serão as novas patologias em breve, necessitando de novas soluções. Pensar no caminho e na forma como esses problemas aparecem na vida das pessoas será uma nova habilidade do médico, resultando em uma nova forma de pensar, findando também em uma nova forma de construir novas soluções, com apoio do Design Thinking e das novas tecnologias. Essa rede de habilidades será o status quo do médico Homo hybridus.

Diante do que expomos, não há razão para visualizar cenários apocalípticos, nos quais as máquinas substituirão por completo os médicos. A transformação realmente acontecerá. Novas especialidades serão criadas por necessidade e novos postos de trabalho serão necessários. Afinal, por maior que seja nossa contribuição, algoritmos e máquinas não são capazes de qualificar e quantificar aspectos morais, emocionais ou julgar situações conflituosas. Essas decisões devem ser sempre tomadas por humanos que manejem bem as ferramentas disponíveis, culminando em diagnósticos assertivos e na democratização dos serviços de saúde, por exemplo braços robóticos agregam precisão e reduzem as chances de erro durante cirurgias, mas precisam da supervisão de especialistas. Portanto, o cenário que se apresenta para amanhã pede uma constante atualização profissional, conhecimento de dados e máquinas e gestão — tanto de recursos materiais quanto humanos.

Falar que haverá novas especialidades médicas causa estranheza quando não damos nomes ou referências a elas. A telemedicina está causando alvoroço. Sentimos muito a quem acredita que telemedicina será especialidade, tampouco quem acredita que ela pode ser considerada tecnologia. Telemedicina é meio, é zona de transição para a forma que futuramente nos comunicaremos entre os colegas médicos e com os pacientes. Além disso, a telemedicina como conhecemos e imaginamos hoje, não está totalmente finalizada, ainda vamos aperfeiçoá-la. Algumas especialidades que podem surgir em breve são:

Médico teleinterconsultor: um médico que é ultraespecialista em uma doença ou síndrome será contactado por outro médico a fim de elaborar uma estratégia mais adequada para o paciente. O acesso direto ao paciente ficará prejudicado devido, muitas vezes, à falta de objetividade, tempo reduzido e distanciamento. A fronteira entre países deixa de existir nesse contexto.

Médico pesquisador de medicamentos feitos in silico: medicamentos orientados por IA e ML poderão ser testados em humanos sob supervisão médica.

Médico fisiatra híbrido: avaliação da interação do corpo humano com máquinas (interface homem-máquina) e a personalização dos dados para cada paciente, como um indivíduo único no mundo.

Health Design Thinker: ainda sem tradução adequada fora da língua inglesa, mas já com inserção atual em diversos países, a resolução de problemas humanos mais complexos, mais precisamente dos novos problemas e de antigos não percebidos, culminando numa gestão do cuidado mais eficiente e com menor custo.

Economia do cuidado: especialidade preocupada com questões relacionadas à eficiência, eficácia, valor e comportamento na produção e consumo de saúde e assistência médica. Essencial na melhoria dos resultados de saúde e os padrões de estilo de vida por meio de interações entre indivíduos, profissionais de saúde e contextos clínicos.

Médico futurista: nada relacionado a adivinhar o futuro na saúde. É um ramo já conhecido em países como EUA, China, Japão e na Europa. Ajuda no desenho de como a medicina deve se comportar diante da revolução digital, bem como facilita o processo de construção do futuro da medicina.

Design de materiais médicos (interface homem-máquina): com ajuda digital desenvolve as novas funcionalidades e relações do homem com a máquina.

Analista de Dados em Saúde: será responsável por analisar e refinar os dados gerados pelos dispositivos médicos.

Engenheiro de dados em saúde: será responsável por criar o caminho para detecção e criação dos dados gerados para os pacientes até chegar no analista de dados.

Cientista de dados em Saúde: voltado para o estudo dos dados em saúde, estruturados e não estruturados, visando a extração do conhecimento clínico, detecção de padrões e obtenção de insights para possíveis tomadas de decisão, auxiliando outros especialistas.

Médico gamificador: desenvolverá e prescreverá games que auxiliarão no tratamento das doenças.

Outras especialidades surgirão à medida que o processo ocorrerá. Muitas delas, de forma natural, ainda ficarão no campo do ramo da área da saúde por muito tempo. A celeridade da necessidade de novos ramos na área de saúde acontece mais rapidamente que a regulamentação política pelos órgãos regulamentadores. Depende da forma e velocidade da necessidade do paciente. Diante da mudança que está acontecendo para a formação de pacientes digitalmente empoderados, os e-pacientes ou techpatients, não será surpresa caso resoluções regulamentadoras saiam de forma mais rotineira.

Fontes:

Future Trends Help You Choose The Most Fitting Medical Specialty — The Medical Futurist. Nov/2018.

Five emerging medical specialties you’ve never heard of — until now — AAMCNews. Julho/2018.

Tratamento de câncer e outras doenças ganha impulso com a nanotecnologia — Agência Fapesp. Dez/2016.

The Top Medical Specialties with the Biggest Potential in the Future — The Medical Futurist. Julho/2017.

VIEIRA, D. B.; GAMARRA, L. F. Avanços na utilização de nanocarreadores no tratamento e no diagnóstico de câncer. Einstein. 14(1):99–103. 2016.

www.medicalfuturist.com/magazine

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Written by Albert Bacelar

Health Data, Design Thinking, Critical Care Physician, Care Economy